PESQUISA Data de Publicação: 07 mar 2025 07:05 Data de Atualização: 07 mar 2025 17:16
A partir da dificuldade que os estudantes tinham de entender conceitos que envolvem questões como expressão genética, estrutura do DNA e do RNA e os processos de transcrição e tradução, a professora de Biologia do Câmpus Itajaí Laura Pioli Kremer começou a pensar em novas formas de ensinar o conteúdo. Sua primeira ideia foi criar em papel representações da estrutura do DNA e envolver os estudantes no processo de criação das peças, mas o material não era o mais adequado porque, com o manuseio, as peças em papel estragavam. Foi quando ela e os estudantes começaram a pensar em novos formatos e criaram o material didático Expressão: o código genético, que foi projetado em software de desenho, as peças foram feitas em MDF e recortadas em uma máquina CNC no laboratório IFmaker do Câmpus Itajaí sob a orientação do professor de Mecânica Sérgio Sanches. Um processo que envolveu estudantes dos cursos técnicos integrados em Recursos Pesqueiros e em Mecânica. “A proposta foi pensar em um material mais sustentável e com uma maior durabilidade e que auxiliasse os estudantes a compreender de uma forma visual como funciona a expressão do código genético”, explica a professora.
Nesse material, há peças que representam as quatro bases nitrogenadas que compõem o DNA que são Adenina, Timina, Citosina e Guanina e há uma fita dupla em que os estudantes devem ligar a Adenina com a Timina e a Citosina com a Guanina. A partir da sequência de DNA montada, os estudantes devem montar o RNA através do processo de transcrição. Depois, eles precisam fazer a tradução que deve ser feita com base em uma tabela para montar os peptídeos que são frações de proteínas. “Durante esse processo, os estudantes descobrem que há uma infinidade de
peptídeos diferentes e com isso eles conseguem entender como a diversidade da vida é resultado da expressão do código genético do DNA.”
O projeto recebeu recursos de edital de pesquisa do Câmpus e a proposta é que ele possa ser replicado para mais escolas. “Nós já estamos utilizando o kit nas aulas de Biologia e eu já tenho tido um retorno bastante positivo. Esse é assunto que os estudantes costumam ter bastante dificuldade por entenderem ser algo abstrato. Nossa ideia é agora fazer com que esse material também possa ser utilizado por outras escolas. Nós gostaríamos de contar com parceiros que podem ser, por exemplo, empresas que queiram replicar o material. Nossa ideia também é disponibilizar os arquivos para que outras escolas também possam produzi-lo em seus espaços makers.”
O material didático foi apresentado na edição do ano passado da Feira de Ciências e Tecnologia do IFSC Itajaí (Fiita), que reuniu 40 trabalhos de pesquisa e extensão de escolas públicas da região. O trabalho foi o vencedor da Feira na categoria “anfitrião” que reunia trabalhos dos institutos federais.
Para mais informações sobre o material, entre em contato através do e-mail laura.kremer@ifsc.edu.br.